Auditoria contratada pelo banco sugeriu apurar se Occhi pediu propina para repassar ao PP; ele nega
Gustavo Uribe e Daniel Carvalho – Folha de São Paulo
22.mar.2018 às 18h26
O PP indicou o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, para assumir o Ministério da Saúde. O presidente Michel Temer ainda não tomou a decisão sobre a sua nomeação, mas deve aceitar a sugestão.
Ele se reunirá com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, na próxima terça-feira (27), para definir a indicação. Occhi é próximo de Nogueira e já foi ministro da Integração e das Cidades.
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, olha para a câmera em evento no Palácio do Planalto, em Brasília, em novembro
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, em evento no Palácio do Planalto, em Brasília, em novembro – Pedro Ladeira – 21.nov.2017/Folhapress
Além de Occhi, que é o favorito, outros dois nomes foram indicados pelo PP, mas mantidos em sigilo pela sigla.
Em janeiro, uma auditoria independente contratada pela Caixa sugeriu que fosse apurada a suspeita de que Occhi teria pedido propina para repassar para o PP. A acusação foi feita pelo corretor de valores Lúcio Funaro.
Em depoimento à Justiça Federal, ele afirmou que Occhi tinha uma “meta de propina” para repassar ao partido. A acusação é refutada pelo presidente da Caixa.
Além do PP, o PR indicou para o comando do Ministério dos Transportes o diretor-geral do DNIT, Valter Casimiro. O nome também não enfrenta resistência no Palácio do Planalto.
Para definir a indicação, Temer terá encontro com o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) na próxima quarta-feira (28).
Na próxima semana, como antecipou a Folha, os ministros Ricardo Barros (Saúde) e Maurício Quintella (Transportes) deixarão os cargos para a disputa eleitoral, iniciando a reforma ministerial.
Ao todo, mais oito ministros deixarão os comandos das pastas até 7 de abril, prazo para desincompatibilização para a disputa eleitoral.